10/19/2012

É da nossa conta! Trabalho infantil e adolescente. #semtrabalhoinfantil


Aprendi com meus pais, desde muito pequena: ofereça ajuda, ofereça alimento, ofereça abrigo, mas nunca dinheiro. Me lembro dos meus pais praticarem isso da janela do carro e em locais públicos, primeiro ofereça ajuda.
Mas eu cresci e vi que a realidade é bem mais profunda, oferecer ajuda para uma criança que precisa garantir o sustento de sua casa é como um crime para ela, pois a família apenas deseja que ela leve dinheiro para sua casa. Conversei com algumas crianças e adolescentes que me disseram que moram nas ruas pois não aguentavam mais apanhar dos pais que as obrigavam a trabalhar.
Moro em SP, próximo ao grande centro, Praça da Luz, 24 de maio, Republica, e a concentração de pessoas neste estado sofrível de vida é imensa.
E o efeito dominó começa, com drogas, furto, prostituição, abandono, crimes...e tudo isso poderia ser diferente, se cada família tivesse orientação, estudo, acesso, oportunidade e por consequência seus filhos e os filhos de seus filhos iriam ser fruto de uma vida mais digna.
Fotografei um garoto enquanto jantava com meu namorado, ele vendia flores e o momento de romance deu lugar ao meu semblante pesado, chateado e pensativo. Era uma noite fria e o garoto circulava pelo restaurante, oferecendo seu trabalho, questionei sobre a noite fria, sobre o horário, pois já passava das 23 horas e ele apenas me disse que ajudava no sustento de casa.
Até quando vamos achar normal? Esta criança que deveria estar dormindo, em sua casa, protegida por seus responsáveis, se preparando para um dia na escola, estava ajudando no sustento de sua casa. Perguntei se os pais não o ajudam, e ele me disse que a mãe ganhava muito pouco quando trabalhava e naquele momento estava desempregada.
Eu fui a única a questionar o menino, porém, discretamente e com o coração apertado, meu namorado comprou suas flores, eu ofereci ajuda, perguntei se ele queria sentar para jantar, mas fiquei confusa quanto a tudo. O que é melhor a se fazer nestes casos?
Os demais do restaurante nem davam conta que o menino estava ali, ouvi um casal dizer "antes trabalhando do que roubando" Mas quem esta roubando a inocência desta criança somos nós, que ignoramos esta situação.
Acredito que assim como eu, todos tem essa duvida, e agora podemos contar com a ajuda da campanha  colaborativa É da nossa conta! Trabalho infantil e adolescente. Esta campanha é uma iniciativa da Fundação, em parceria com o UNICEF (Fundo das Nações Unidas para Infância e Adolescência) e OIT (Organização Internacional do Trabalho) com o objetivo de dar visibilidade ao tema do trabalho infantil e adolescente.
Vamos lutar pela justiça social! Vamos fazer uma rede do bem, vamos nos mobilizar e começar a entender o que acontece, vamos nos unir e mostrar que a tecnologia esta a nosso favor, em ações como esta.

Participe da blogagem coletiva!
Blogagem coletiva É da nossa conta! 
Data: 16 a 19/10
Poste no seu blog, Twitter ou Facebook usando a hashtag #semtrabalhoinfantil nesta semana e se quiser constar na lista oficial de participantes avise nos comentários do post http://bit.ly/BGedanossaconta que concentra as participações.

Conheça o projeto!
Mais informações:
Fan Page Promenino: http://www.facebook.com/redepromenino
Twitter: @promenino
Site: www.promenino.org.br

Conto com vocês! Doe-se para projetos que visam um mundo melhor. Faça sua parte! Colabore!

Um comentário:

Desconstruindo a Mãe disse...

Que coisa, já me vi fazendo os mesmos questionamentos, ficando com o coração apertado e magoado por me sentir tão impotente ao perceber sozinha na multidão essa situação da invisibilidade do sofrimento alheio.

Costumo levar comigo lanchinhos para os filhos quando saímos e muitas vezes eles ficam na bolsa e quando me dizem que estão com fome ofereço, mas isso é paliativo, eu sei.

Na segunda-feira fomos fazer piquenique no parque e um homem se aproximou enquanto eu estava distraída mexendo no celular. Ele percebeu meu susto e mostrou identidade e título de eleitor com comprovante de votação.

Ele pediu dinheiro para comer um pão e eu dei a ele um suco e lanche que tinha levado para nós. Ele agradeceu e seguiu pedindo, com seu carro de papeleiro. Deve ter começado nessa vida de pedinte muito novinho... Precisamos agir, unir forças!

Estou adorando essa blogagem e já divulguei teu link!!!

Beijo,
Ingrid Strelow